terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Papisa

Minha adorável amiga Flavia Salme levantou uma questão.

Por que existe papisa, feminino de papa, se o termo nunca será usado?

Simples. A palavra foi criada porque a História precisou.

Se é verdade ou se não passa de uma lenda, o fato é que há a figura da Papisa Joana, que teria assumido o trono de Pedro por dois anos nos idos longínquos de 850. Segundo a lenda, Joana nascera na cidade alemã de Mainz e, graças ao seu vasto conhecimento, tornou-se chefe maior do Catolicismo — mas antes adotou a identidade de um homem. Devaneios dão conta até de um parto em plena procissão, pois Joana não era de ferro e tinha um amante.

Hoje a História assegura que nunca houve uma papisa. Mas um ritual do conclave mantém viva a força da lenda. Antes da efetivação no cargo, o bispo eleito papa é devidamente checado nas partes íntimas para receber a bácula e o barrete (nomes dados ao cajado e ao chapéu). Ou seja, é preciso ter colhão para ser o Sumo Pontífice. Trauma que teria sido imposto por Joana.

Em tempo: não haverá papisas pelo mesmo motivo por que não há mulheres no sacerdócio. A Igreja viu, há séculos, a ameaça de sua incalculável fortuna ser diluída por milhares de herdeiros. Assim, encarcerou-se entre homens.

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