quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

Plural de cores

Batalha Naval deste domingo é um especial sobre plural de cores, uma das minúcias mais intrigantes da língua.

Estaria errado dizer camisas cinza?

E como classificar bermudas azul-amareladas?

Vejam no Meia Hora de domingo.

sábado, 20 de junho de 2009

Final do Soletrando - ao vivo!!!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Final do Soletrando ao vivo!



Acompanhe aqui, em tempo real, a finalíssima do Soletrando!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Remédio e vitaminas para o jornalismo

Dia desses meu amigo Berri me encaminhou essa tirinha:


Numa lista de quatro das coisas que nossos netos nunca entenderão, consta o jornal. Ao lado do já cremado videocassete - que rebobina (!) em cinco minutos (!)

[E a gente ainda levava multa se devolvesse uma fita de vídeo sem rebobiná-la. E isso mal tem 15 anos]

Essa tirinha veio à tona na minha cabeça logo que li a entrevista de Gay Talese à Veja. André Petry teve a honra de conversar com o jornalista - não vou gastar adjetivos aqui, porque invariavelmente sairiam coisas aquém do que ele realmente é.

Claro que a crise do jornalismo ocupou boa parte da conversa. Reproduzo aqui dois trechos muito pertinentes.

"Na Internet, os jovens se informam de modo muito objetivo, no mau sentido. Eles têm uma pergunta na cabeça, vão ao Google, pedem a resposta, e pronto. Estão informados, mas é um modo linear de pensar e ser informado, que não dá chance ao acaso. Quem lê um jornal impresso lê histórias que não procurou e, por isso, acaba adquirindo um sentido mais amplo do mundo. Claro que você também pode fazer isso na Internet, mas o apelo da Internet é oferecer informação rápida. É feita para quem quer atalho, poupar tempo, conclusões rápidas, prontas e empacotadas. Quem se informa pela Internet, de modo assim estreito e limitado, pode ser muito bem-sucedido, ganhar muito dinheiro, mas não terá uma visão ampla do mundo.

Outra mantém viva a paixão pelo jornalismo:

"As pessoas esquecem que os jornais vão e vêm. O jornalismo, não. As pessoas vão sempre precisar de notícia e informação. Sem informação não se administra um negócio, não se vende ingresso para o teatro, não se divulga uma política externa. Todos os dias, repórteres vão à rua para fazer o que não é feito por mais ninguém. De todas as profissões, se um jovem estiver interessado em honestidade e não estiver interessado em ganhar muito dinheiro, eu aconselharia o jornalismo, que lida com a verdade e tenta disseminar a verdade. Os jornalistas não toleram o mentiroso entre eles. Acho uma profissão honrosa, honesta. Tenho orgulho de ser jornalista."

Mas é fato: jornais estão morrendo. Ainda que no Brasil o câncer esteja longe da metástase, como se vislumbra no país de Talese, a saúde dos diários daqui vai mal - e só piora com o comportamento hipocondríaco de muitos de seus colaboradores. O que não quer dizer que não se está lutando contra isso. Há de ter uma solução, e muitos jornais fritam a cabeça tentando encontrá-la.

Talese frisa na questão da visão ampla. E ele mira certeiramente na função de editor que os jornais, seja de que meio são, detém. Ele deixa bem claro que não basta apenas a informação.

Acontece que ela hoje foi reduzida a pílulas. O cara está com dor de cabeça? Corre no armário e pega uma aspirina, um tylenol. Assim é com a informação. Homeopatia.

A diferença é que o mundo de hoje, em relação ao de ontem, não mudou nada num ponto. Merdas acontecem o tempo todo - coisas boas também, mas vamos nos ater à máxima de que notícia ruim vende jornal. Só que soa meio anacrônico você pagar dois dólares para saber das merdas que aconteceram ontem, como diz a tirinha, se fatalmente essa merda pode ter surgido horas antes na tela do computador.

A crise assusta mais pela possibilidade de alienação de uma geração do que pelo desinteresse específico pelo jornal de papel. É como se o cara questionasse comprar uma farmácia inteira se o que ele realmente quer é um tylenol.

Creio que o Talese pense que o caminho das pedras está em deixar o jornal atraente, de não deixá-lo virar dispensável. Para mim, ele é indispensável, porque nossa profissão é indispensável, porque viemos ao mundo para editar as histórias, para contá-las.

O jornal deve e precisa suprir as pílulas de que o leitor necessita. Só que agora temos de vitaminá-lo. E o desafio é justamente esse.

domingo, 14 de junho de 2009

A queda do império

Vocês notaram que o modo imperativo está quase virando peça de museu?

Na língua oral, soa como um papiro cheio de poeira que nos dá alergia só de tocar. Na escrita, ainda que ela resista, quando o imperativo aparece nossa memória dá um jeito de tachar de arcaico o que acabamos de ler.

O fato é que as pessoas estão dando ordens de outra forma. Não usam mais o imperativo.

Não tem muito tempo, diríamos: "Meu filho, passa no supermercado e traze meia dúzia de ovos".

Algo errado? Não, conjugamos o passar e o trazer no imperativo, respeitando a segunda pessoa, o tu.

Vocês lembram? Há uma fórmula para conjugar o imperativo. A regra número um: sabe-se lá por que, a língua portuguesa não admite que a pessoa se mande. Logo, a conjugação parte do tu. Depois, no lugar do ele, vem um você, porque se pressupõe que o ordenado tem de estar na sua frente, e um ele não garante essa 'presença'.

Há o afirmativo e o negativo. Este é mole: basta importar todas as formas do presente do subjuntivo - outro modo verbal que anda preterido. A coisa fica só um pouquinho mais complicada no presente do imperativo. A segunda pessoa vem do presente do indicativo, mas sem o s. Complicado?

Se dizemos eu ando, tu andas, ele anda, no imperativo teremos anda tu. É o andas sem o s.

As demais pessoas copiam do presente do subjuntivo, tal como o negativo.

Vamos a um exemplo prático?

Verbo correr: Eu corro, tu corres, ele corre; nós corremos, vós correis, eles correm. Que eu corra, que tu corras, que ele corra; que nós corramos, que vós corrais (ui!), que eles corram. Vejam que destaquei o que usaremos na montagem do imperativo afirmativo. Então, fica: corre tu, corra você, corramos nós, correi vós, corram vocês.

O não corrais vós, sozinho, é um argumentaço para derrubar o uso frequente do imperativo. É feio demais.

A discussão, porém, vai mais além. Do Sudeste para cima, pouco se usam o tu e o vós com a conjugação correta. Aliás, só o tu ainda resiste. Alguém aí fala vós sem ser na missa?

Até porque todo mundo aqui ouve - ou fala - tu vai, tu foi.

Se dois dos alicerces da conjugação verbal estão praticamente no chão, o imperativo cai junto.

Lembram da dúzia de ovos lá de cima? O passa (tu) talvez tenha passado despercebido, porque ele se confunde com o ele passa. O que cauza estranheza é o traze (tu). Vocês concordam que a frase mais comum seria Meu filho, passa no supermercado e traz meia dúzia de ovos?

Estamos, na prática, assistindo à queda do império. É no mínimo curioso, pois se trata de um maltrato à língua, que foi esculpida, montada, erguida assim. Se há hoje uma tida bizarrice como um não corrai vós, é porque nossa língua assim encontrou e assim se estabeleceu. Houve uma lógica, e deveríamos ser gratos a ela, por ser tão rica. Não é uma obra tosca, pelo contrário.

Mas sei que não há muito o que fazer contra esse golpe. Breve assistiremos ao 'Baile da Ilha Fiscal', na noite às vésperas da derrocada final do império.

Sobre o Twtiter

O portal de microblogs sempre esteve lá, mas parece que de uns meses para cá a coisa tornou-se febre, e, como toda febre, desperta paixões e ódios.

Razões declaradas para odiar: há quem pragueje contra os parcos 140 caracteres do limite que nos é imposto. Outros reclamam da futilidade de alguns usuários. Alguns, não tão radicais, alegam não ter tempo de ficar tuitando o tempo todo.

Vamos nos ater primeiro à questão da futilidade. De fato, muita gente leva ao pé da letra o convite que o Twitter faz no seu cabeçalho: What are you doing? - e lá vai o sujeito relatar as coisas mais irrelevantes de sua vida. O cúmulo se dá quando, mesmo dentro dessa irrelevância toda, o nada impera - mas o sujeito precisa manter os tweets, e aí despeja qualquer coisa. Até um bom-dia.

O limite: se isto fosse um tweet, teria estourado os 140 caracteres antes mesmo de terminar o primeiro parágrafo. O espaço teria acabado em paixões. Muita gente verborrágica diz que isso não dá para nada.

O tempo: eu, de fato, não o tenho. Meus afazeres me impedem, prática e eticamente, de ficar tuitando o tempo todo. O site sugere - ou melhor, quase impõe - uma atualização frenética. Não consigo.

Então o Twitter é tudo de ruim?

Muito pelo contrário.

Nada do que acontece ali é diferente do que ocorre na Internet em geral. Não é difícil achar blogs com besteira. O que mais povoa a Web é porcaria, e muita gente grande já aprendeu que basta não acessá-la e filtrar o que quer ver.

A mesma coisa se dá no Twitter. Uns poucos usuários sacaram que a ferramenta oferece muito mais do que um relato em tempo real de uma vida ordinária e passaram a usá-la como um plantão de coisas bacanas. Há quem leve isso muito a sério: são jornalistas tão ligados e tão pilhados que tuítam para dizer que a Pinheiro Machado está engarrafada.

Bobagem? Pode ser, mas essa mesma pessoa pode dar um 'furo' ou, numa perspectiva mais humilde, contribuir para uma apuração com uma visão diferenciada.

Mas eu vejo no Twitter uma vantagem prática: ele é ótimo para nos apontar tendências, ou simplesmente fazer pipocar um assunto legal. Um exemplo: na segunda-feira seguinte à queda do Airbus, fiz uma pesquisa de teste para ver o que se falava de airfrance e Air France. Mal e porcamente, de cada 10 mensagens, tínhamos 5 'besteiras', do tipo gente chocada, gente triste. Três traziam links para notícias óbvias ou as reproduziam - nos 140 caracteres, pois. As duas restantes eram atualizações pertinentes, em cima do lance. Detalhe: a cada minuto, pingavam centenas de tweets.

Se você está entediado com os usuários que você segue, apenas se dê ao trabalho de abandoná-los. Há gente legal no Twitter. Gente que posta humor, gente que compartilha links legais. Gente que não está lá para colocar qualquer coisa.

Quanto ao tempo, não tenho uma contra-argumentação decente, mas questiono se realmente é necessário alimentar sua página com 400 tweets diários. Às vezes basta um RT - sigla para re-tweet, uma forma de você manter um tweet em evidência e bombá-lo - para dar o recado.

E quanto aos 140 caracteres? Já dizia Carlos Drummond de Andrade: escrever é cortar palavras. Se bem que, para publicar este post no Twitter, precisaria de 22 updates...

domingo, 24 de maio de 2009

-,

Pode causar estranheza a vírgula colada ao travessão.

Meu tio, especialista em astrofísica - ciência que estuda a evolução e a constituição de planetas e estrelas -, vai dar uma palestra sobre o Sol amanhã.

Antes de explicá-la, acho bacana a gente entender um pouco do travessão.

Ele é mais visto em diálogos. Cada - indica alguém falando.

Mas o travessão também serve para intercalar frases em outras. Essa função, vejam bem, pode ser muito bem exercida por vírgulas ou parênteses.

A decisão sobre qual dos três usar não é uma questão de certo ou errado, é mais uma discussão de estilo. Vocês certamente encontrarão argumentos a favor e contra. Por isso, eu me sinto à vontade para dividir os meus.

O problema da vírgula numa intercalação é picotar demais a frase. Vamos pegar o exemplo lá de cima:

Meu tio, especialista em astrofísica, ciência que estuda a evolução e a constituição de planetas e estrelas, vai dar uma palestra sobre o Sol amanhã.

Viram quantas vírgulas? A frase fica capenga. O que a torna complicada é a explicação da explicação. Dizemos que meu tio é astrofísico e resumimos o que é isso.

Então, por que não usar parênteses? Aí é uma questão pessoal. Acho o parêntese um corpo estranho. Já foi dito que quem o usa não sabe escrever, porque estaria pegando um atalho malfeito para explicar qualquer coisa.

Não vejo dessa forma radical, mas eu implico com parênteses. Acho uma inserção totalmente estranha à coesão do texto. O que não sei explicar é por que não tenho essa sensação com os travessões.

Usar travessão é elegantérrimo. Você dá uma pausa, mas não insere nenhum corpo estranho; fica uma construção bem harmoniosa.

Posto isso, voltemos ao início do post: -,

Notem que desde o começo falei de inserção, de enxerto. Travessões - e a regra se aplica também a parênteses - não 'comem' nada da frase que os receberá. Eles abrem espaços e se instalam ali.

Vejam então o que acontece se, do primeiro exemplo, a gente tirar o que veio dentro do travessão:

Meu tio, especialista em astrofísica, vai dar uma palestra sobre o Sol amanhã.

Muito bem. Vamos dar uma olhada a um trechinho dessa frase:

...astrofísica, vai...

Entre astrofísica e vai tem uma vírgula. Uma, não duas; é justamente entre astrofísica e a vírgula o espaço que o travessão vai abrir.

Entenderam então por que a vírgula continua lá?

Meu tio, especialista em astrofísica - ciência que estuda a evolução e a constituição de planetas e estrelas -, vai dar uma palestra sobre o Sol amanhã.

Não acho o -, estranho. Mas tem gente que acha - e tenho aqui uma sugestão. Neste mesmo post já a usei.

Travessões - e a regra se aplica também a parênteses - não 'comem' nada da frase que os receberá.

Notem que aí em cima não tem vírgula nenhuma. No entanto, optei pelo travessão, e não por vírgulas ou - argh - parênteses.

Entendo que ali eu precisava de uma pausa importante, para dar uma ênfase. Esse destaque ficaria solto se estivesse entre vírgulas - o que cansaria o texto -, e pobre se visse trancado por parênteses.

O mais legal é que o a regra se encaixa entre o sujeito e o predicado. E nós estamos carecas de saber que separá-los por vírgula é um gato com J.

Acho mais elegante quando os travessões aparecem sem sujar muito o texto, como julgo ser o caso acima. Vejam: a frase está lá, os travessões não comem nada, mas há a observação de que a regra também se aplica a parênteses; ambas estão lá. Sem precisar de um milhão de vírgulas...

Ainda falaremos do ponto e vírgula, esse esquecido.

English go home!

Esta semana nosso prefeito sancionou lei que exige tradução para qualquer manifestação publicitária em inglês. Isso significa, na prática, que delivery é o caraleo.

Está certo nosso prefeito? Seria um exagero mandar traduzir toda propaganda? Ou estamos americanizados demais?

Para mim, não se trata de uma xenofobia. Eu procuro ver essa lei como uma garantia de carinho à nossa língua.

Quando se escolhe escrever off ou sale no lugar de liquidação, a língua portuguesa, ao meu ver, é desprezada. E não adianta dizer que as opções em inglês são mais curtas. Criatividade e, vá lá, abreviações estão aí para isso. Já vi vitrines com simpáticos LIQUI.

Cabe um parêntese: a lei não mexe em marcas. Não será o caso, por exemplo, da Pizza Hut ter de se rebatizar para Cabana da Pizza. Coisas registradas e consagradas em inglês assim permanecerão.

Exatamente por isso vejo com bons olhos essa lei. Que mal fará esquecer um pouco o inglês e dar mais atenção ao português?

Este blog o valoriza. Não bruto, feio, imposto - como hão de argumentar alguns detratores da lei -, mas criativo, lapidado. Como é o caso de escrever um em casa no lugar de entrega para 'traduzir' o famigerado delivery.

Vejam: não seria lindo não ter de traduzir e simplesmente esquecer o inglês?

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Domingo, em Batalha Naval

Mais uma rodada de testes sobre o hífen.

E vocês? O que mais chateia na Reforma?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Portugal resiste contra a Reforma

Deu no Jornal Nacional: uma petição 0n-line em Portugal já obteve cem mil assinaturas contra a Reforma Ortográfica. A intenção inicial era reunir cinco mil adesões à causa. Os patrícios andam tão fulos com as correcções que a briga já resvala no parlamento. Querem porque querem enterrar o Acordo.

Isto, pois, é impossível. O Acordo está a plenos pulmões aqui no Brasil e, o mais importante, foi ratificado por quem de direito em Portugal. Não haveria, em tese, como voltar atrás.

Não se espera que Portugal cometa, futuramente, a deselegância de rasgar papéis e mandar às favas o Acordo. Mas vislumbro que a força de uma lei sucumbe, sim, à resistência de um povo.

O que mais chateia os lusos é o fim das consoantes mudas. Esse item do Acordo gera um paradoxo. Nós, brasileiros, temos muito mais regras para redecorar, mas a Reforma só se faz sentir em 0,5% das palavras. Em Portugal esse índice é três vezes maior, embora, basicamente, a coisa se resuma às consoantes mudas.

Confesso que estranho palavras como sumptuoso, assumpção. Nós já nos habituamos a suntuoso e assunção. Lá, parece que essa troca é crime de lesa-pátria. Não querem mexer.

No ano passado estive em Portugal e tive a honra de conversar com dois professores acerca do assunto. Lá, como cá, ainda há dúvidas. Lembro da discussão sobre fato/facto. Eles estavam possessos porque o c de facto iria sumir. "Facto é um facto. Fato é o terno", ponderou, sucintamente, a professora. Há exceções, e já se admite dupla grafia em alguns casos. Facto, por exemplo.

O que não se vê aqui, porém, é uma mobilização antiacordo. Não vemos petições sérias exigindo a volta do trema. Não esbarrei em textos criticando buracos da Reforma.

Não sei se isso é desmotivação ou aceitação. Só sei que o Acordo aqui avança, ainda que em passos tortos. A diferença é que a rejeição portuguesa é mais um combustível para retardar a aplicação das bases - e já se achava que lá seria demorado. Agora há o risco de ser parado.

sábado, 16 de maio de 2009

Shift+6

Para quem não pescou o título da postagem, shift+6 é o código do saudoso trema no teclado da maioria dos computadores brasileiros.

Como já estamos carecas de saber, o trema foi varrido pela Reforma Ortográfica. Só resiste num punhadinho de nomes próprios.

Sem querer fazer juízo de valores: se o trema de fato sumiu, por que então ele ocupa um espaço nobre no nosso teclado? De que adianta guardar esse lugar se o sinal está caindo em desuso?

Confesso que, para a maioria dos digitadores, não tenho opção de troca.

Mas, em muitas conversas on-line, é comum ver o símbolo ¬, originalmente usado em operações de lógica — ele significa negação —, mas que foi adotado por usuários de MSN e afins como a melhor expressão de AFF.

AFF, ou ¬¬, para os entendidos, vem de desenhos japoneses e expressa uma cara de tédio, de desaprovação leve. Os dois ¬¬ juntinhos deveriam traduzir justamente dois olhos virados para o lado. Típica reação de quem diz: "Aff, o que eu vim fazer aqui", ou "Aff, o que esse cara está dizendo?"

Pois bem: o ¬ aparece de duas formas. Uma requer um malabarismo: ctrl+alt+6. Ou, para os teclados que têm o alt gr, ou o alt da direita, basta alt gr+6.

Fica aí a sugestão. Vamos trocar o ¨ pelo ¬.