quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Por quê?

Esta postagem é uma resposta a Paty, que gentilmente foi aos comentários do blog com a seguinte dúvida: como se usam os porquês?

(Parêntese: em Portugal a lógica que veremos abaixo é ignorada, sabe-se lá por quê.)

Vamos ao mais fácil. Escrevemos porquê quando este for um substantivo, sinônimo de motivo. É importantíssimo colocar um artigo antes. Assim, temos:

Eu não entendi o porquê desse ataque de pelanca.

Você sabe usar os porquês sem errar?

Dito isso, vamos em frente, agora com as perguntas e respostas.

É uma armadilha dizer que, nas perguntas, teremos sempre por que e, nas respostas, porque. Há exceções, mas, a rigor, é mais ou menos isso.

Tenho uma dica. Se você puder acrescentar a palavra razão, teremos por que.

Falaram por que [razão] o show atrasou tanto?

Viram que a razão não alterou o sentido da frase?

Quando o por que vier no fim, coladinho ao ponto final, manda a regra que o acentuemos.

O show atrasou tanto por quê?

Quando respondemos, temos porque.

O show atrasou porque a cantora fez uma festinha no camarim.

Há, ainda, uma quarta situação. O por que, separado, pode significar pelo qual.

A estrada por que viemos está toda esburacada.

Notem que se a gente tentar botar a razão a frase perde o sentido.

Mas o que seria a língua sem as exceções, não?

Podemos ter o por que razão numa afirmação e o porque numa pergunta.

Eu fiquei horas imaginando por que o show atrasou tanto.

porque o show atrasou você quis ir embora?

Não tem por que você ir agora.

Entenderam as diferenças? Depois a gente explica cada uma.