(Parêntese: em Portugal a lógica que veremos abaixo é ignorada, sabe-se lá por quê.)
Vamos ao mais fácil. Escrevemos porquê quando este for um substantivo, sinônimo de motivo. É importantíssimo colocar um artigo antes. Assim, temos:
Eu não entendi o porquê desse ataque de pelanca.
Você sabe usar os porquês sem errar?
Dito isso, vamos em frente, agora com as perguntas e respostas.
É uma armadilha dizer que, nas perguntas, teremos sempre por que e, nas respostas, porque. Há exceções, mas, a rigor, é mais ou menos isso.
Tenho uma dica. Se você puder acrescentar a palavra razão, teremos por que.
Falaram por que [razão] o show atrasou tanto?
Viram que a razão não alterou o sentido da frase?
Quando o por que vier no fim, coladinho ao ponto final, manda a regra que o acentuemos.
O show atrasou tanto por quê?
Quando respondemos, temos porque.
O show atrasou porque a cantora fez uma festinha no camarim.
Há, ainda, uma quarta situação. O por que, separado, pode significar pelo qual.
A estrada por que viemos está toda esburacada.
Notem que se a gente tentar botar a razão a frase perde o sentido.
Mas o que seria a língua sem as exceções, não?
Podemos ter o por que razão numa afirmação e o porque numa pergunta.
Eu fiquei horas imaginando por que o show atrasou tanto.
Só porque o show atrasou você quis ir embora?
Não tem por que você ir agora.
Entenderam as diferenças? Depois a gente explica cada uma.