quinta-feira, 21 de maio de 2009

Domingo, em Batalha Naval

Mais uma rodada de testes sobre o hífen.

E vocês? O que mais chateia na Reforma?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Portugal resiste contra a Reforma

Deu no Jornal Nacional: uma petição 0n-line em Portugal já obteve cem mil assinaturas contra a Reforma Ortográfica. A intenção inicial era reunir cinco mil adesões à causa. Os patrícios andam tão fulos com as correcções que a briga já resvala no parlamento. Querem porque querem enterrar o Acordo.

Isto, pois, é impossível. O Acordo está a plenos pulmões aqui no Brasil e, o mais importante, foi ratificado por quem de direito em Portugal. Não haveria, em tese, como voltar atrás.

Não se espera que Portugal cometa, futuramente, a deselegância de rasgar papéis e mandar às favas o Acordo. Mas vislumbro que a força de uma lei sucumbe, sim, à resistência de um povo.

O que mais chateia os lusos é o fim das consoantes mudas. Esse item do Acordo gera um paradoxo. Nós, brasileiros, temos muito mais regras para redecorar, mas a Reforma só se faz sentir em 0,5% das palavras. Em Portugal esse índice é três vezes maior, embora, basicamente, a coisa se resuma às consoantes mudas.

Confesso que estranho palavras como sumptuoso, assumpção. Nós já nos habituamos a suntuoso e assunção. Lá, parece que essa troca é crime de lesa-pátria. Não querem mexer.

No ano passado estive em Portugal e tive a honra de conversar com dois professores acerca do assunto. Lá, como cá, ainda há dúvidas. Lembro da discussão sobre fato/facto. Eles estavam possessos porque o c de facto iria sumir. "Facto é um facto. Fato é o terno", ponderou, sucintamente, a professora. Há exceções, e já se admite dupla grafia em alguns casos. Facto, por exemplo.

O que não se vê aqui, porém, é uma mobilização antiacordo. Não vemos petições sérias exigindo a volta do trema. Não esbarrei em textos criticando buracos da Reforma.

Não sei se isso é desmotivação ou aceitação. Só sei que o Acordo aqui avança, ainda que em passos tortos. A diferença é que a rejeição portuguesa é mais um combustível para retardar a aplicação das bases - e já se achava que lá seria demorado. Agora há o risco de ser parado.