Confesso que torcia o nariz para
muçarela.
Sei lá, achava um troço horrível, uma aberração, uma mutação genética da Língua Portuguesa.
Eu era tão fundamentalista que defendia
mussarela. Como numa desobediência civil.
Dicionários colaboravam com esse motim e previam
mozarela e o italiano
muzzarela.
Mas aí a pessoa estuda, envelhece e evolui. E passei a sentir pena de
muçarela.
Dia desses meu mestre Sérgio Duarte Nogueira estava justamente explicando por que não devemos tacar pedra em quem escreve
muçarela. E os alicerces do Português corroboram a tese.
Palavras em Tupi são escritas com Ç, como
açaí e
suçuarana. O Italiano e o Espanhol também pedem Ç quando temos Z, como é o caso de
plaza e
piazza. Não escrevemos
prassa. É
praça. Por isso,
muçarela.
Vamos acabar com anos de preconceito! Vamos dar à
muçarela o reconhecimento que a palavra merece!